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Luna... droga como você pode fazer isso pai. Falava consigo mesmo enquanto
andava pela Avenida Freedom, rumo à casa de seu pai adotivo.
Jonathan poderia ter ido voando e
chegaria em segundos na casa de seu pai, poderia ir correndo e chegaria no
mesmo instante, mas ele preferia andar, preferia pensar em tudo que havia
ocorrido.
-
Rua Freedom número 224, mansão dos Harrison... não volto para casa há muito
tempo.
De fato, Jonathan não ia para seu
lar fora da Universidade de Mutantes de Megacity há mais de três anos, durante
o Yom Kipur, tradicional feriado Judaico que a família de Jonathan comemorava
todos os anos.
Toc
Toc
-
Senhor Jonathan! Quanto tempo o senhor não visita seu lar! Aquele senhor de
cinquenta anos, com cabelos brancos, bigode, magro com terno de gravata borboleta
e com enorme sorriso na face.
O senhor abraça Jonathan com seus
braços envolvendo-o como uma galinha envolve seus pintinhos, de fato o senhor
de meia idade parecia ter amor pelo jovem rapaz.
-
É bom te ver novamente Jacob, acho que vim para ficar. Disse Jonathan com uma
voz baixa.
-
Que bom ouvir isso senhor, sempre fui contra o senhor ir para aquela escola.
Disse Jacob
-Jacob,
minha mãe está? Jonathan pergunta, pois de fato sentia que precisava de um
abraço caloroso da sua mãe.
-Sinto
muito senhor, ela está na África em uma ação humanitária do conglomerado
Harrison.
-Ok
Jacob, já imaginava algo dessa natureza, e meu pai está? Jonathan já esperava
que sua mãe tivesse em alguma ação fora do país, ela sempre se envolve em
causas humanitárias, é o rosto social da empresa de seu pai.
-
Sim senhor, seu pai se encontra na sala de reuniões, lembrasse de onde fica?
Perguntou Jacob.
-
Sim Jacob, muito obrigado, irei sozinho vê-lo. Finalizou Jonathan enquanto
caminhava pela enorme residência.
A
mansão Harrison existia em Star Hill desde o Século dezoito, é uma enorme casa
com muitos cômodos, porém Jonathan sabia que a sala de reuniões ficava na
quinta porta a esquerda ainda no térreo.
-Não
quero saber se é difícil reverter, você é pago para isso! Caso não consiga
rebater essas mentiras a respeito da minha empresa encontrarei quem faça para
colocar em seu lugar! Ouviu Jonathan através de seus ouvidos supersônicos, seu
pai gritando com alguém pelo telefone.
Jonathan entra vagarosamente na sala
de reuniões e encontra seu pai sentado em sua mesa, olhando uma pilha de
papeis, seu pai era um homem de meia idade, um tanto quanto gordo, com cabelos
loiros e olhos azuis, trajava um terno Armani cinza e estava sem gravatas.
-
Pai. Disse Jonathan cauteloso.
-Jonny?
O que faz aqui meu filho? Você deveria estar na Universidade! Diz Steven em tom firme.
-Pai...
Aconteceram algumas coisas...e eu...
-
Não importa filho! Agora mais do que nunca você deveria estar na Universidade!
Estão espalhando mentiras sobre a nossa empresa e eu tenho que ir para o Panamá
urgente! Diz o pai de Jonathan em tom apresado.
Enquanto falavam, Steven mexia nos
papéis, pegava seu celular na mesa e colocava na orelha.
-
Um minuto Jonny. Seu pai dizia.
-Alo...
Não, não nos não temos ligações com a máfia russa, que droga! Steven afirmava
nervoso.
-Jonny
pode me dar licença, isso pode demorar filho, pode se alojar em seu quarto.
Dizia Steven enquanto tampava o fundo de seu celular.
Jonathan caminhava para fora da sala
de seu pai enquanto sua mente o martirizava. Você não tem lugar nem na
universidade, nem em casa Jonathan, também quem gostaria de um monstro como
você? Sua consciência dizia o acusando.
-Senhor.
Chamou Jacob por Jonathan.
-
A Jovem de cabelo rosa está lhe esperando em seu quarto, ela chegou hoje pela
manhã. Completou Jacob.
-
Tiffany está aqui? Perguntou Jonathan muito surpreso.
-
Sim senhor, como disse ela chegou pela manhã.
Nesse momento os pelos do corpo de
Jonathan se arrepiaram, não encontrava Tiffany Willians desde os seus 16 anos
quando a mesma fugiu da universidade, atacando o professor quântico. Ele se
sentiu muito magoado quando Tiffany o abandonou e ficou um tempo sem interagir
com outros alunos para não se sentir vulnerável como ela o deixava.
Seguiu rapidamente para seu quarto e
antes de abrir a porta com sua visão penetrante, conseguia ver claramente seu
quarto como se a porta estivesse aberta. Deitada em sua cama estava Tiffany,
uma jovem de um metro e sessenta, com corpo atlético e voluptuoso nas áreas
certas, com seus cabelos rosa e seus grandes olhos verdes que pareciam olhar no
fundo de sua alma. Jonathan respirou fundo, Tiffany ainda mexia com ele, quando
estava para abrir a porta:
-
Ei Jonny, você vai entrar ou eu vou ter que te buscar? Tiffany falava na mente
de Jonathan utilizando seus poderes.
Jonathan entra tentando fazer o
rosto mais indignado possível, ao entrar lá estava Tiffany deitada de barriga
para cima com seu vestido preto longo e um sorriso encantador nos lábios.
-
Olá Jonny. Dizia Tiffany
-
Olá? Como assim olá? Acha que pode chegar na porta de minha casa depois de ter
sumido quatro anos Tiffany? Disse Jonathan indignado.
-Corrigindo,
estou em seu quarto e não na porta de sua casa, para ser mais precisa em sua
cama e estava por aí Jonny, o que importa é que eu voltei para o meu namorado
né? Disse Tiffany com a mais pura calma.
-
Não é só isso que importa Tiffany, e nos não somos mais namorados! Disse
Jonathan com convicção.
-
Não me lembro de termos terminado. Disse Tiffany fazendo um biquinho.
De fato, Tiffany e Jonathan nunca
tinham terminado oficialmente, porém Jonathan sempre levou o fato de Tiffany
ter fugido da universidade como um abandono.
-
Ai ai Jonny, você mudou muito, não anda mais de preto, não anda mais de moto,
cortou o cabelo, não deve ouvir mais rock. Disse Tiffany balançando a cabeça
negativamente.
-
Acho que precisa de alguém para te por nos eixos. Finaliza Tiffany
-
Estou muito bem Tiffany, pode ir embora, por favor? Diz Jonathan.
-
Bom, poder eu posso, mas preciso de uma carona, moro no bairro central sabe, é
bem distante. Diz Tiffany com um sorriso nos lábios.
Jonathan a pega em seu colo e inicia
um voo com Tiffany até o bairro central. Durante o caminho Jonathan sente o
aroma de Tiffany, não havia mudado nos últimos quatro anos, ainda mexia com
ele, ela o chamar de Jonny trazia a lembrança memorias de um passado não tão
distante quanto ele gostaria.
Ao chegarem na casa de Tiffany
Jonathan entra com ela pela janela de seu quarto no quarto andar de um prédio
todo pinchado de classe baixa.
-
Pronto, você está entregue, agora vou indo.
Isso Jonny, só mais alguns passos e
você se livra dela, se meter com ela, é buscar encrenca. Pensava Jonathan
-
Tem certeza que você vai embora Jonny? Disse Tiffany com uma voz aveludada.
Ao se virar, lá estava Tiffany de pé
no meio do quarto com seus grandes olhos verdes encontrando os olhos verdes de
Jonathan. Os olhos de Jonathan fitam os lábios de Tiffany, ele sentia falta de
seus lábios, seus beijos.
-
Droga. Sussurrou Jonathan antes de ir até Tiffany e dar um beijo longo enquanto
caia com ela na cama.
Duas horas depois Jonathan estava
abraçado na cama com Tiffany em uma confusão de emoções, se por um lado estava
muito feliz de reencontrar sua ex-namorada e senti-la novamente, por outro
pensava em Luna, e em verônica uma menina da universidade que ele recentemente
começou a se aproximar, trazer Tiffany de volta a sua vida era buscar problema.
-
Quem é Luna? Perguntou Tiffany rompendo o silêncio.
-
Não é da sua conta, você perdeu o direito de fazer esse tipo de pergunta quando
me abandonou, e alias saia da minha mente! Diz Jonathan claramente incomodado
com Tiffany entrar na sua mente com tamanha facilidade.
-
hi hi hi, não importa Jonny, ela dificilmente sabe o que você gosta, como eu
sei. Diz Tiffany em tom de zombaria.
-
Vamos sair, a noite é uma criança, quero te mostrar um lugar.
Uma hora depois, Tiffany e Jonathan
estavam em um bar no bairro central, neste bar existem vários tipos de
mutantes, alguns com aparência modificada, outros com sutis diferenças, a
música de fundo era “ventos coléricos”, terceiro álbum dos atômicos, não era
nada mal no gosto de Jonathan.
-
Mentalista! Sempre é bom ver você por aqui. Disse um homem branco, careca e bem
musculoso trajando uma camiseta escrita “Your Pain, my gain”.
-
Você ainda usa o nome da universidade? Pergunta Jonathan não parecendo
entender.
-
Sim ué, é um nome legal, e é meu. Disse Tiffany
-
Guga, este é “quebra ossos”, meu amigo da universidade. Disse Tiffany apontando
para Jonathan.
-Há
há há pensei que era seu novo namorado, melhor para mim assim me dou bem com
você hoje. Diz Guga com um sorriso no rosto.
-
Veremos Guga, agora estou acompanhada. Disse Tiffany com seu tom corriqueiro.
Jonathan claramente estava
incomodado com esse novo estilo de vida de Tiffany, também se incomodava com o
cara que parecia um membro de alguma gangue, porém antes que ele pudesse pensar
mais sobre aquelas pessoas, seus ouvidos supersônicos capitam algo:
-Socorro!
Uma voz de mulher vinda há quatro ruas de distância.
Droga, uma pessoa inocente... Preciso
ir ajudar. Pensou Jonathan. No mesmo momento Tiffany olha para ele com uma cara
de assustada e diz:
-Jonny,
não...
Antes que ela pudesse terminar
Jonathan some diante dos olhos de todos ali, com sua super velocidade se dirige
para ajudar a inocente que ele escutou, enquanto se dirigia ao local colocou
uma roupa de super-herói se tornando “Capitão Arraso”.
Ao chegar a casa em que ouviu o
chamado ele observa uma mulher de meia idade negra com cabelo Black Power e
vestido lilás. Ela estava cercada por dois homens negros, com bonés para trás,
camisas pretas e calças moletom, os dois pareciam estranhamente iguais.
Um dos dois homens aponta uma arma
para mulher e dispara Jonathan rapidamente entra no caminho do projetil que
acerta seu peito sem causar dano algum.
-
Que diabos esse mauricinho está fazendo, como sobreviveu ao tiro? Um dos homens
fala.
Jonathan com sua visão penetrante chega à
conclusão de que aquele homem na verdade era um construto, pois não tinha
órgãos internos, com um olhar Jonathan dispara um raio de calor e o homem
desaparece, sobrando apenas um punhado de um estranho pó no chão.
-
O Chefe vai cuidar de você cara, daqui você não sai vivo! O outro homem exclama
enquanto começa a derreter diante dos olhos de Jonathan e da Mulher.
-
Muito obrigado senhor, mas me salvando você comprou briga com o homem sal é ele
que domina esse lado da cidade. Diz a mulher visivelmente abalada.
-
Não se preocupe senhora, seja quem for o homem sal eu posso com ele. Diz
Jonathan tentando tranquilizar a mulher.
-
Mas por que eles estavam atrás da senhora? Perguntou Jonathan.
A mulher demora uns trinta segundos
para responder claramente envergonhada, mas finalmente diz:
-
Sou usuária de drogas e não paguei...
-
Senhora, eu cuido do homem Sal, a senhora precisa procurar ajuda, essa vida só
te levará para um caminho ruim. Diz Capitão arraso enquanto se vira para
procurar o homem sal.
Utilizando sua visão penetrante
Jonathan procura pelas redondezas quem poderia ser o tal homem sal, quando
avista um homem negro idêntico aos homens que virá na casa da mulher. Capitão Arraso
rapidamente chega ao local onde o estranho homem estava em pé, o mesmo olha
para ele com um sorriso debochado no rosto e diz:
-
Estava te esperando mauricinho, você se meteu com quem não devia. Afirmou o
homem.
O homem estende a mão e dela sai uma
rajada de Sal que acerta Capitão arraso em cheio. Ele sente como se milhares de
agulhas tentassem perfurar o seu corpo. Esse golpe pode me machucar se eu não
tomar cuidado. Pensou Jonathan rapidamente.
-
Vai ser preciso mais do que isso para me deter Homem Sal. Afirma Capitão Arraso
com segurança.
-
Tenho muito mais do que isso preparado para você mauricinho metido a herói, não
deveria ter entrado no beco do inferno, vai se arrepender por isso. Ameaça o
Homem Sal.
Continua
em Capitão Arraso #2
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